Investimento em energia solar por ONG beneficia 3 mil nordestinos, reduz emissão de gás e preserva mais de 30 mil árvores
O modelo energético, considerado sustentável para o meio ambiente e em ascensão no Brasil, foi um dos assuntos debatidos no evento Brazil Climate Summit, realizado nos dias 15 e 16, nos EUA
A gestora Adriana Bezerra Cavalcanti, de 27 anos, só teve acesso a energia elétrica e a um chuveiro com água quente pela primeira vez em 2005. Moradora do Vale do Catimbau, em Buíque, município pernambucano onde cerca de 56,6% da população têm renda mensal de até meio salário mínimo, de acordo com o IBGE, ela conta que esse direito básico só foi possível após a família ganhar uma residência da ONG Amigos do Bem, que usa a energia solar para levar luz a 62 famílias da região. O modelo energético, considerado sustentável para o meio ambiente e em ascensão no Brasil, foi um dos assuntos debatidos no evento Brazil Climate Summit, realizado nos dias 15 e 16, em Nova York, nos Estados Unidos.
Apenas no Vale do Catimbau, 200 placas solares geram energia para abastecer ainda toda a estrutura do Centro de Transformação de Amigos do Bem — onde mais de duas mil crianças e jovens estudam —, e 40% da fábrica de produção de castanhas, que gera emprego para centenas de pessoas da região. O aumento da energia solar é uma das apostas do mundo para conseguir realizar a transição energética, reduzindo a geração de combustíveis fósseis.
— Meus pais acendiam fogo na lenha para tentar dormir, mas quando o fogo acabava, a gente ficava no escuro mesmo. A gente passava fome, não tinha acesso a eletrodomésticos, a gente organizava a vida para dormir o mais cedo possível para não ficar muito tempo no escuro. Não tinha sequer oportunidade de trabalho. Hoje, a gente tem uma vida não só com acesso à água e energia, mas também com sonhos e oportunidades — relata Adriana.
Este ano, a conferência Brazil Climate Summit foi realizada com o objetivo de reunir líderes empresariais, acadêmicos, especialistas, formuladores de políticas, ONGs e organizações multilaterais para discutir as oportunidades e responsabilidades do Brasil na redução do desmatamento e preservação ambiental. Para alcançar as metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que busca elevar o desenvolvimento do mundo e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, a produção de energia limpa precisa ser um dos pontos de atenção.
— Em parcerias com ONGs, empresas e outras instituições, o Brazil Climate Summit propôs reposicionar o Brasil como potência da revolução verde. A partir do debate sobre preservação da Amazônia e de todo nosso ecossistema procuramos abordar formas de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, gerar um desenvolvimento econômico, e esse é um debate que passa pela energia, um dos desafios de grandes países para o cumprimento da Agenda 2030 da ONU — afirmou Luciana Ribeiro, membro do conselho executivo do evento.
https://oglobo.globo.com/brasil/meio-ambiente/noticia/2022/09/investimento-em-energia-solar-por-ong-beneficia-3-mil-nordestinos-reduz-emissao-de-gas-e-preserva-mais-de-30-mil-arvores.ghtml
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